O Dia mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje (%), tem um significado maior esse ano. A devastação causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul reacendeu a urgência do cuidado com o meio ambiente, com as adaptações e mitigações às mudanças climáticas. Curitiba, antecipando-se a esse debate, já vem se preparado e chega ao Dia Mundial do Meio Ambiente pronta aos novos desafios.
Iniciativas da Prefeitura como a criação de novos parques alagáveis, que reforçam o conceito de “cidade esponja” ajudam a reduzir a possibilidade de inundações em caso de fortes chuvas. A reserva hídrica do futuro, que irá suprir a cidade com água em caso de estiagem prolongada, o Hipervisor Urbano, que usa inteligência artificial para prevenir problemas ambientais típicos de uma grande cidade; e a entrega das primeiras casas do Bairro Caximba, são exemplos recentes de iniciativas da Prefeitura em seu compromisso de mitigar e se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas.
Usina fotovoltaica. foto: PMC
Iniciativas alinhadas ao Planclima
Desde 2017, quando teve início a segunda gestão do prefeito Rafael Greca, a capital vem implantando programas e soluções que buscam conter o avanço do aquecimento global. A Pirâmide Solar de Curitiba, o Bairro Novo da Caximba, os programas Amigo dos Rios e 100 Mil Árvores e os primeiros ônibus elétricos do transporte público já são exemplos de que Curitiba está fortalecendo a construção da sustentabilidade urbana a partir do lançamento do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), em 2018.
“Curitiba propõe uma cidade com menos carros, consumo consciente de energia, ar mais puro, menos resíduos em aterros, menos desigualdade social, paisagem urbana preservada e inovadora, trânsito sob controle e valorização do transporte público. São iniciativas que aliam apoio ao crescimento econômico sustentável às pautas de impacto ambiental e social” Rafael Greca, prefeito de Curitiba.
Grandes obras:
Além das ações previstas no PlanClima, a Prefeitura de Curitiba tem realizado grandes obras para reduzir a possibilidade de enchentes em caso de chuvas intensas. Ao todo são 30 obras de macrodrenagem, sendo que 16 delas foram iniciadas e concluídas em um ano (2018). Neste momento, as obras ocorrem em seis bacias hidrográficas: rios Passaúna, Belém, Barigui, Atuba, Iguaçu e Ribeirão dos Padilha.
Foto: PMC
Novos parques alagáveis
Cinco novos parques que a Prefeitura de Curitiba está trabalhando para entregar à população trazem uma solução que transformou a capital em exemplo de “cidade-esponja”, com áreas verdes "alagáveis" que ajudam a preservar os recursos naturais para manter e melhorar a impermeabilização dos solos e assim reduzir o risco de inundações na cidade.
O novo parque Colinas do Abranches (foto acima), no bairro de mesmo nome, terá uma bacia de contenção de cheias e ficará perto do Parque São Lourenço para ajudar a melhorar a drenagem na região. O projeto já está em fase de licitação.
As mesmas funções de parque alagável terão o parque que será construído ao lado do Rio Barigui, no Bairro Novo da Caximba, e o parque que será implantado na primeira área na Reserva Hídrica do Futuro, no bairro Umbará, onde a Prefeitura já começou as obras.
Esses novos parques são espaços projetados especialmente para serem alagados com o excesso de água das chuvas. A ideia consiste em usar a capacidade natural dos lagos, árvores, arbustos, solo e galerias pluviais para permitir o escoamento da água para locais onde ela não cause maiores danos em áreas residenciais. Ao reter e reduzir a velocidade da água, esses parques alagam e se tornam temporariamente bloqueados para o uso dos cidadãos.
Já os parques São Francisco de Assis, no Taboão, e Manacá, na Barreirinha, serão áreas de preservação ambiental e dos recursos naturais ajudando na melhor absorção das águas das chuvas e favorecendo a permeabilidade do solo. O primeiro Hospital Veterinário Municipal do Paraná será inaugurado no Parque São Francisco de Assis.
Assim como os novos parques, a capital tem outros parques “alagáveis". Também possuem esse papel os parques Barigui, São Lourenço, Bacacheri, Tingui e Atuba. Os dois principais rios da cidade, o Barigui e o Belém, passam dentro dos parques Tingui, Barigui (Rio Barigui) e São Lourenço (Rio Belém) e o Rio Atuba no parque de mesmo nome.
Além dos alagáveis, há os chamados parques ”lineares”. Criados a partir de 2003, eles ficam ao lado de rios da cidade: Cajuru (bairro Cajuru), Mairi (na divisa da CIC e Fazendinha), Mané Garrincha (CIC) e Yberê (Campo de Santana). Essas áreas verdes ajudam a preservar as faixas de drenagem de rios e a prevenir enchentes. Os parques também evitam novas ocupações irregulares e oferecem aos moradores uma alternativa de lazer e recreação integrados com a natureza.
Atualmente, a capital conta com 52 parques e bosques públicos em diversas regiões da cidade, entre eles, destaque para o Passeio Público, o primeiro parque da capital (1886) e totalmente revitalizado pela gestão Greca em 2019; o Jardim Botânico; o Tanguá; o Tingui; o Bosque Alemão; o Náutico e os mais recentes Bosque da Colina (Pilarzinho), Pinhal do Santana e Rio Bonito do Tatuquara (Campo do Santana), todos os três criados a partir de 2017. Somados às praças, jardinetes, eixos de animação e jardins ambientais, são quase 13 milhões de metros quadrados de áreas preservadas com bosques nativos, equipamentos de lazer e prática esportiva, que proporcionam mais qualidade de vida à população.
Outra ação cotidiana de prevenção de alagamentos da Prefeitura de Curitiba é a limpeza das galerias e caixas de captação das águas de chuva na cidade. O trabalho evita que a obstrução dos canos cause alagamentos em dias de chuvas fortes. As ações integram o programa Curitiba Contra Cheias da Secretaria Municipal de Obras Públicas.
Novos parques alagáveis. Foto: PMC
Preservação de áreas verdes:
Vale lembrar que as áreas verdes de Curitiba, além de ajudar a combater enchentes e novas ocupações irregulares, também têm a função de reduzir as "ilhas de calor" e a poluição: as árvores e a vegetação, além de produzirem oxigênio, ajudam a regular a temperatura e a umidade. Como benefícios agregados, reduzem a radiação ultravioleta e o ruído do tráfego, sendo verdadeiros oásis para espécies tanto vegetais quanto animais, sem contar que são lugares perfeitos para o curitibano relaxar e praticar esportes.
Frequentemente as áreas verdes da capital ainda recebem eventos culturais e, em muitos casos, reúnem edifícios de grande valor histórico ou cultural, como os Memoriais de imigração (Tingui e Bosque do Papa), Palácio Belvedere (Praça João Cândido), Museu de História Natural (Bosque Municipal Capão da Imbuia), Estufa (Jardim Botânico), belvedere e Jardim Poty Lazzarotto (Tanguá) e Oratório de Bach (Bosque Alemão).
Curitiba ainda incentiva, por meio da criação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNMs), a preservação de áreas particulares. Desde 2017, foram entregues 47 novas RPPNMs.
Tudo isso resulta em mais de 60 metros quadrados de área verde por habitante, quando o mínimo recomendado pela OMS é de 12 metros quadrados por habitante.
Reserva Hídrica do Futuro:
A Reserva Hídrica do Futuro já começa a virar realidade em Curitiba e irá interligar as antigas cavas do Rio Iguaçu, no bairro Umbará, favorecendo a formação de lagos que poderão suprir o abastecimento de água para a população em momentos de estiagem.
A implantação da primeira área do projeto já começou e fica no terreno de aproximadamente 300 mil metros quadrados, que começa na Rua Nicola Pellanda e segue em direção à BR-116, e que já foi desapropriado pela Prefeitura de Curitiba. O local que dará início à Reserva Hídrica do Futuro também será um parque e receberá um Centro de Educação Ambiental.
A área total da Reserva Hídrica do Futuro dentro de Curitiba é estimada em 26 km de extensão, sendo 70% em área de água e lagos. O primeiro trecho do projeto vai passar pelos bairros Caximba, Campo de Santana, Umbará e Ganchinho. Já o segundo trecho vai da BR-277 até o Rio Atuba, passando pelos bairros Alto Boqueirão (Zoológico), Boqueirão (Parque Náutico), Uberaba (Parque da Imigração Japonesa) e Cajuru (Parque Peladeiros e Cajuru).
Em 2021, o prefeito Rafael Greca assinou o Decreto Municipal nº 1.478/2021 que instituiu um grupo de trabalho da Reserva Hídrica do Futuro em Curitiba, coordenado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Amigo do Rio – 500 mil árvores
Implantado em 2019, o Amigo dos Rios visa à melhoria e recuperação dos rios da cidade, com uma série de ações voltadas para a regularização das ligações de esgoto, fiscalização, limpeza de rios, obras e Educação Ambiental. É um trabalho amplo e integrado, que envolve também a comunidade com a formação de grupos de apoio local, como prioridade para o Rio Belém (e suas microbacias), que nasce e termina dentro da cidade.
Já o desafio 100 mil árvores para Curitiba foi lançado pelo prefeito Rafael Greca, originalmente, na primavera de 2019 e deveria ser concluído na primavera de 2020. Mesmo com a pandemia, que acabou por inviabilizar o plantio comunitário, foram plantados 108 mil mudas no período proposto. Graças a esse sucesso, que contou com a participação de empresas, Exército e escolas, o município vem renovando o desafio e está próximo de chegar a marca de 500 mil árvores plantadas.
Pirâmide Solar de Curitiba:
Primeiro parque fotovoltaico instalado em um aterro sanitário desativado na América Latina, a Pirâmide Solar de Curitiba faz parte do programa Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da capital paranaense para combater e mitigar as mudanças climáticas. A energia limpa gerada pela Pirâmide Solar já é responsável por 30% do consumo dos prédios públicos do município, representando uma economia de R$ 2,6 milhões por ano para a Prefeitura, que poderão ser revertidos em benefícios à população, como a construção de um CMEI ou subsidiar mil refeições por dia no Mesa Solidária, durante um ano e meio.
Hipervisor Urbano:
Plataforma de convergência e compartilhamento de dados públicos que reúne ferramentas capazes de coletar, processar e distribuir informações que permitirão à Prefeitura de Curitiba antecipar problemas que possam afetar o meio ambiente, mitigando de forma preventiva situações como congestionamentos de trânsito, ajuste da frota de transporte público e fortes chuvas (alertas). O Hipervisor Urbano usa inclusive a inteligência artificial (IA) instalada em veículos para mapear esses dados. Em 2024, a Prefeitura criou a primeira Secretaria de Inteligente Artificial e Inovação do Brasil.
Novo bairro Caximba. Foto: PMC
Novo bairro Caximba:
Com o financiamento de US$ 57 milhões da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Bairro Novo da Caximba será o primeiro bairro inteligente do Brasil e o maior projeto socioambiental da história recente de Curitiba. Vai promover o reassentamento de 1.147 famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade social e sanitária, em uma ocupação irregular na Área de Preservação Ambiental das bacias dos rios Barigui e Iguaçu. Além das casas e da Reurbanização, o projeto prevê ainda um parque linear, obras de infraestrutura de água e esgoto, além de iluminação pública e novos equipamentos de saúde, educação e assistência social. As obras das primeiras 752 casas do Novo Bairro da Caximba estão em ritmo acelerado e as primeiras 60 residências serão entregues até o fim do junho de 2024.
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