O Chevrolet Tracker da Stock Car fez sua primeira aparição em meio às ativações da sexta etapa da Stock Car Pro Series, no Autódromo Internacional de Goiânia Ayrton Senna, nos dias 27 e 28 de julho. É o primeiro dos três SUVs, de marcas diferentes, a ser mostrado. Eles assumirão o grid da Stock a partir da temporada do ano que vem. Ainda, será o carro-madrinha, puxando a fila do grid das provas em Goiânia, além de ser o protagonista de ativações na pista.
Foto: Vitor Eleutério/Stock Car
A grande novidade para 2025 na Stock Car é que os SUVs vão substituir os sedãs após 45 anos de história. Na família Chevrolet, o Tracker Stock Car sucede o Cruze de competição, após oito anos e cinco títulos somados, encerrando mais um ciclo da marca, cujo legado nas pistas começou na etapa inaugural do campeonato, ainda em 1979. Uma história que também inclui Opala, Omega, Vectra, Sonic e Astra.
Mais ágil, estável e tecnológico, o Tracker Stock Car faz parte do projeto Audace SNG01, que tem objetivos ambiciosos para 2025. “Esta é uma oportunidade para apresentarmos todo o potencial desta nova plataforma, que foi desenvolvida com recursos avançados de engenharia e próprios para competição, como a asa móvel em fibra de carbono e conectividade 5G. O propósito é trazer ainda mais competitividade para os pilotos e emoção para o público”, explica Fernando Julianelli, CEO da Vicar, promotora da Stock Car.
De acordo com Enzo Bortoleto, CEO da Audacetech, fabricante dos carros e braço tecnológico do Veloci Group, controlador da Vicar, um novo capítulo do automobilismo nacional está a caminho, pois nunca houve um projeto como esse no Brasil. “Foram meses de trabalho e alto investimento, integrando diversas áreas, nacionalidades e empresas de ponta. Do início, com o desenvolvimento do aço especial ArcelorMittal, à incorporação da eletrônica, motor, câmbio, cockpit e sistemas de segurança”.
Os rivais do Chevrolet Tracker Stock Car vão ser as versões de competição do Toyota Corolla Cross e do Mitsubishi Eclipse Cross, que serão apresentados em breve.
Homologados pela Confederação Brasileira de Automobilismo, os novos carros da Stock Car 2025 foram criados pela Audacetech em parceria com ArcelorMittal, IPT e SENAI. O desenvolvimento utilizou simulação computacional da Siemens e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Fabricada pela canadense Magna, a carroceria em material compósito inclui fibra de carbono, aramida, fibra de vidro e kevlar. O motor passa a ser turboalimentado e de 2,1 litros com aproximadamente 500 cv de potência, utilizando gasolina Podium.
O câmbio inglês de competição XTrac é sequencial e semiautomático, com seis velocidades, e é um dos destaques ao lado da conectividade proporcionada pelo sistema Qualcomm Snapdragon 5G, com sensorização de diversas funções do carro. Com amortecedores reguláveis e importados Penske Racing, a suspensão é independente nas quatro rodas, dotada de triângulos sobrepostos (“duplo A”) e usa sistema pushrod. O conjunto de rodas desenvolvidas no Brasil pela Mangels esconde os discos ventilados HipperFreios, pastilhas Cobreq (ambos projetados especificamente para a Stock Car) e pinças de competição da britânica AP Racing, operados por seis pistões na dianteira e quatro, na traseira.
Motor e suspensão também utilizam elementos de competição, produzidos pela gaúcha MTR Performance Parts. Especialmente fabricado para a Stock Car, o volante de direção é da holandesa Grid Engineering. O sofisticado cockpit, com monitor e painel dotados de dezenas de funções, conta com câmera interna de 360 graus, que deve ser utilizada em breve nas transmissões das corridas e também no aplicativo exclusivo que será lançado pela categoria.
Ficha técnica do Tracker Stock Car:
Motor: Audacetech
Especificação: quatro cilindros, 2,1 litros, turboalimentado, 16 válvulas e injeção eletrônica, 500 cv (7.600 rpm). Torque 580 Nm (de 4.000 a 6.800 rpm). RPM máximo: 7.600
Eletrônica: Motec (Austrália) e Fueltech (Brasil)
Painel: Fueltech FT700 Plus
Peso: 1.100kg (2kg por cv)
Câmbio: XTrac (Inglaterra) modelo P1529, sequencial e semiautomático, seis marchas, é acionado pelo piloto, mas o mecanismo gerencia o engate. Trocas acionadas por borboletas no volante. Tração traseira
Suspensão: independente nas quatro rodas. Triângulos sobrepostos (“duplo A”). Sistema pushrod. Amortecedores reguláveis de competição
Amortecedores: Penske Racing (EUA)
Conectividade: Qualcomm Snapdragon 5G, com sensorização de diversas funções do carro
Visibilidade: câmeras integradas ao chassi com visão dianteira e traseira, além de câmera 360 graus interna. As duas primeiras disponíveis no display do piloto. As três usadas em transmissão de prova e app
Aerodinâmica: SUV ajustada para competição, DRS (asa móvel em fibra de carbono)
Projeto: Audacetech, ArcelorMittal, IPT e SENAI
Carroceria: Chevrolet Tracker Stock Car. Material compósito (incluindo fibra de carbono, fibra de vidro, aramida e kevlar), simulações e testes. Fabricação Magna (Canadá)
Chassi: aço DP980R ArcelorMittal, da família de Aços Avançados de Alta Resistência, chancela IPT. Homologação CBA
Entreeixos: 2.750 mm
Freios: dianteiros e traseiros: discos ventilados especiais Hipper Freios, pastilhas Cobreq (de competição), com pinças de competição AP Racing (Inglaterra). Seis pistões na dianteira e quatro na traseira
Direção: sistema pinhão/cremalheira, acionamento elétrico
Simulação computacional: IPT e Siemens
Fabricação e prototipagem: ESPAS (Brasil) e Audacetech
Elementos de competição (motor e suspensão): MTR (Brasil)
Volante: Grid Engineering (Holanda), modelo Stock Car
Rodas: Mangels, liga leve, medidas 11,5 x 18 polegadas (diâmetro x largura)
Pneus: Hankook (Coréia do Sul) medidas 300-680x18
Combustível: Gasolina Podium
Tanque: instalado em cofre de fibra de carbono, é um contêiner de borracha deformável e resistente desenvolvido especialmente para competição, seguindo a classificação standard FT3 da FIA. Válvula de segurança anticapotagem e capacidade ajustável
Segurança: estrutura tubular em aço DP980R ArcelorMittal, proteção antichama por paredes corta-fogo com chapas de alumínio e revestimento resistente ao calor, estruturas do tipo crash box na dianteira e traseira em alumínio para absorção de impacto. Estruturas laterais em carbono, kevlar e aramida para absorção de impacto e dissipação de energia.
Banco: do piloto projetado e fabricado nos EUA com certificação FIA.
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