A ciência entrou na vida de Netaly Guidolin Conte, quando ela ainda estava cursando o Ensino Médio na Escola de Educação Básica Bom Pastor, de Chapecó, e a acompanha desde então. Em 2020, o projeto de uma caixa automatizada de medicamentos, voltada para idosos, levou Netaly a receber o segundo lugar na categoria Jovem Inovador do Prêmio Catarinense de Inovação – Professor Caspar Erich Stemmer, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). E esse reconhecimento foi um importante estímulo para ela seguir na sua formação acadêmica e profissional.
Netaly cursou os Ensinos Fundamental e Médio na Bom Pastor, uma das maiores escolas estaduais de Santa Catarina, e foi durante as aulas na Oficina de Robótica que desenvolveu, juntamente com a colega Camila Vanin (com quem Netaly dividiu o prêmio Jovem Inovador), uma caixa de remédios com o objetivo de facilitar a vida de idosos que moram sozinhos. A ideia da caixa partiu de uma reflexão proposta pelo professor sobre problemas que afetariam a comunidade e formas de solucioná-los.
A criação da caixa ocorreu durante 2019 e envolveu um trabalho de pesquisa de mercado e de materiais, desenvolvimento do modelo e registro do processo em forma de artigo. A caixa possui locais para guardar os remédios e emite sinais sonoros e de luz para avisar o idoso que é a hora de tomar a medicação. O artefato também tem escrita em Braile e permite que a família do idoso acompanhe a movimentação. “Foi um grande desafio para nós, mas ao ver o resultado e que nosso projeto poderia realmente vir a ajudar muitas pessoas, a satisfação foi imensa”, afirma Netaly. “Ter o trabalho reconhecido em uma premiação da Fapesc foi muito especial, uma comprovação de que estamos no caminho certo. A premiação é um incentivo também aos jovens para acreditarem que é possível fazer algo diferente e já na escola se envolver com a ciência”, enfatiza.
A participação de Netaly em um projeto de pesquisa no Ensino Médio despertou nela o interesse por buscar novos conhecimentos e o aprendizado além da sala de aula. Hoje, ela é aluna do curso de Fisioterapia da Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó) e um exemplo da importância da ciência na formação do estudante e da participação de mulheres na pesquisa – segundo relatório de 2023 da Unesco, 33,3% é o percentual médio global de mulheres cientistas.
Neste domingo, 11, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de homenagear e promover a importância das mulheres para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.
Essa data está prevista na Década da Ciência para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (2024-2033) e demonstra a importância e a necessidade do envolvimento feminino na pesquisa. Segundo a Unesco, a abordagem dos temas que estão na Agenda de Desenvolvimento Sustentável, precisa da união de força e da participação de todos os talentos disponíveis. “Isso significa que precisamos que mais mulheres trabalhem nestas áreas.
A diversidade na pesquisa amplia o conjunto de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspectivas, talento e criatividade. Este dia é uma lembrança de que as mulheres e meninas desempenham um papel decisivo nas comunidades científicas e tecnológicas e de que se deve reforçar as suas participações”, afirma comunicado da Unesco.
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