De 21 a 27 de janeiro, Santa Maria terá a primeira Semana em Memória às Vítimas da Tragédia da Boate Kiss “Lembrar para não repetir” prevista em legislação. Isso porque em novembro de 2023, o prefeito Jorge Pozzobom sancionou a lei municipal, proposta pela vereadora Marina Callegaro, que institui as datas anualmente.
“A semana em memória das vítimas da boate Kiss é importantíssima para a conscientização da população. O debate é permanente nestes 10 anos que se passaram e vai continuar presente nas nossas vidas. Por isso, promover a reflexão e a vigilância em nossa comunidade é primordial para que tragédias como a da Kiss não se repitam”, salientou o prefeito em exercício Rodrigo Decimo sobre a primeira semana prevista em lei.
A Tragédia:
Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, um domingo, a história de Santa Maria mudaria para sempre. Um incêndio, atingiu a boate Kiss, na região central da cidade, provocado por fogos de artifício lançado no interior do estabelecimento deixou 242 mortos, 636 sobreviventes e marcas que permanecem presentes na memória da comunidade.
O Pânico:
Assim que perceberam o início do incêndio, centenas de pessoas ficaram desesperadas e começaram a correr em busca de uma saída para a rua. Testemunhas afirmaram, na época, que seguranças da boate tentaram impedir a saída dos clientes, mas que logo perceberam a fumaça e liberaram a passagem.
A saída da boate foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada. As pessoas derrubaram grade e porta, o que fez muita gente cair no chão e acabar pisoteada, dizem sobreviventes.
Segundo bombeiros que fizeram o primeiro atendimento da ocorrência, muitas vítimas tentaram escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabaram morrendo. Testemunhas também disseram que o ambiente era bastante escuro e que a falta de sinalização fez com que eles pensassem que ali era uma saída.
O Resgate:
Várias testemunhas afirmaram que o Corpo de Bombeiros chegou ao local da tragédia rapidamente, entre três e cinco minutos depois do chamado. Muitas pessoas que conseguiram sair da boate ainda ajudaram a socorrer as vítimas.
Sobreviventes e populares quebraram as paredes da boate para facilitar a saída de pessoas e o resgate de corpos. No lado de fora, ambulâncias, viaturas policiais e até táxis transportavam feridos para hospitais do município.
O presidente do Conselho da Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flavio Silva, reforça a frase utilizada pela instituição “Lembrar para não repetir”, e adotada pela lei como marca da Semana em Memória às Vítimas.
“Essa lei reforça a questão da conscientização e da memória, como sempre falamos ‘Lembrar para que não se repita. Mas acho que precisamos mais. Porque estas ações precisam ocorrer o ano todo. Já vimos que estas falhas acontecem no mundo todo, não só em Santa Maria, ou nem só no Brasil. Acredito que esse cuidado de ensinar sobre o combate ao incêndio, ou à tragédias, deveria ser recorrente. Temos de nos preparar para tudo porque só a prevenção pode ajudar”, destaca Flavio.
A lei 6.839, além de instituir a Semana em Memória às Vítimas entre 21 e 27 de janeiro, inclui o evento no Calendário Oficial do Município. A iniciativa, que tem apoio da Prefeitura, objetiva incentivar o debate e a conscientização sobre as falhas ocorridas no incêndio na Boate Kiss e realizar palestras para que futuras gerações cobrem segurança e fiscalização dos agentes públicos frente a locais que frequentam, público e privado. Para isso, serão realizados atos públicos, seminários e painéis; conscientização sobre a prevenção de incêndios; discussão sobre a importância da saúde mental dos sobreviventes e familiares de vítimas frente a situações de catástrofes, acidentes ou eventos críticos.
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